domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Dia do Curinga - Jostein Gaarder

Hoje achei, por acaso, uma antiga redação sobre o livro "O Dia do Curinga" do escritor Norueguês Jostein Gaarder. Escreví-a para uma aula de literatura e redação do meu 3º ano em 2007, com apenas 15 anos de idade. Colo aqui minha redação-resenha na íntegra sem nenhuma correção gramatical e de concordância. Não espantem o estilo, pois, é de alguem ainda não familiarizado com a crítica literária e estilo de escrita, entretanto, já apaixonado pela leitura.
O Dia do Curinga conta a historia de um rapaz de 12 anos chamado Hans-Thomas que está viajando pela Europa com seu pai em um Fiat procurando pela mãe, (esposa do pai) que quando ele tinha quatro anos, saiu de casa e foi para algum local da Europa. Na viagem, param em uma bifurcaçao da estrada, onde havia um posto de gasolina de uma só bomba, e um anão os atende. Este anão indica para eles o caminho mais comprido, pois faz um desvio até uma cidade chamada Dorf.

Antes do pai e Hans Thomas irem, o anão dá a Hans uma lupa que parecia ter sido feita com um caco de vidro grande. Em Dorf, o pai pára em um bar para beber a "aguardente de Dorf" e Hans passeia pela cidade e encontra um aquário na vitrine de uma padaria do qual falta um pedaço do mesmo tamanho do vidro que tinha na lupa.

Ao ver que Hans tinha a lupa, o padeiro convida-o para entrar, lhe serve um refrigerante de cereja e lhe dá um saco com cinco pãess. Ele fala para Hans comer o maior pão apenas quando estiver sozinho.

Depois disso Hans e seu pai vão dar um passeio pela floresta e eles comem os pães exceto o maior que Hans esconde no bolso, comendo-o mais tarde, à noite. Ele encontra um livro um pouco maior que uma caixa de fósforos dentro do pão e lê o livro de letras minúsculas usando a lupa que lhe fora dada.

O livro conta a história do padeiro que dera os pães a Hans Thomas: um ex-soldado que virara padeiro (que na verdade é Ludwing Messer, avô de Hans Thomas), que conta a história de seu mestre, Albert, que conta por sua vez a história de seu mestre, Hans (não é Hans Tomas, trata-se de um nome popular). Este último fala de sua vida: era um marinheiro quando naufragou e conseguiu nadar até uma ilha.

A partir deste ponto do livro se inicia o jogo do curinga.

O navio de Frode naufraga e ele fica anos e anos sozinho na ilha, apenas com um baralho para lhe fazer companhia. Ao longo dos anos o baralho se desgasta a ponto de ficar quase impossível distinguir uma carta da outra. Frode conversa com suas cartas em sua imaginação. Ele imaginava cada uma de um jeito, embora todas as cartas fossem anãs. O Ás de Copas era lindo como o Sol. O Rei de Espadas era impaciente. Três de Ouros chorava por qualquer coisa e assim por diante.

Um dia, perambulando pela ilha, Frode vê Valete de Espadas e o Rei de Copas andando, exatamente como ele havia imaginado, então Frode convive alguns anos com as cartas, porém, todas tinham um pensamento muito limitado: Os de Paus mexiam com agricultura e cultivo de terras. Ouros sopravam vidro e faziam belas artes. Espadas faziam móveis e Copas faziam Pães.

Aí sim, Hans naufraga e cai na ilha. Ele se espanta muito, achando que é uma ilha para tratamento de doentes mentais, pois todos dizem ser Ás de Paus, Três de Espadas, Nove de Copas. Hans encontra Frode, e ele lhe explica tudo sobre a ilha. Frode diz que no início, os anões (ou as cartas) eram pouco inteligentes. Porém, Frode descobriu uma mistura com pólen de algumas flores chamada Bebida Púrpura. Tal bebida era deliciosa, a melhor coisa que poderia se provar, porém destruía a inteligência das pessoas e anões.

Os anões nao souberam usá-la e a bebiam como água, tornando-se seres que não conseguem evoluir mentalmente. Por exemplo, Ouros sopravam vidro, não havia ninguém melhor, mas nunca aprenderiam a fazer um Pão. Então Frode fala a Hans sobre a festa do Curinga que iria acontecer no dia seguinte e que marcava a passagem de ano do "Rei de Copas" para o Ano do Curinga Porém, o total dava 364 dias e o ano tinha 365 dias, então, este era o Dia do Curinga.

As cartas, a pedido do Curinga (o Curinga era inteligentíssimo, pois não consumira a bebida cintilante púrpura) tinham de pensar em uma frase e no dia do Curinga elas declamavam suas frases no baile do Curinga. O Curinga organizava as cartas e em ordem cada uma declamava sua frase.

O Curinga organiza as cartas a partir de freses. Essas frases formam uma história, uma história que vai desde o naufrágio de Frode à criação das cartas, até o ponto em que Hans Thomas encontra sua mãe.

E a história diz que Frode morrerá na mão dos anões. Ao fim da história, eles ficam sabendo que Frode os havia inventado e o matam por ter mentido e escondido isto deles. Fala também que a ilha era basicamente a imaginação de Frode e, aos poucos, ela começa a se destruir. As cartas voltam a ser cartas, Hans recolhe-as e foge da ilha com o Curinga.

Ao chegarem na Europa, o Curinga desaparece. Hans levara da ilha uma caixa com as cartas de Frode, uma garrafa contendo a bebida púrpura e um saco com água cheio de peixinhos da ilha: peixes coloridos em todas as cores do arco-íris, cada uma com a sua.

Hans vai para um povoado distante, chamado Dorf. Lá abre uma padaria e um dia um soldado de vinte e poucos anos bate em sua porta. Isto já estava previsto no jogo do Curinga.

Cinqüenta e dois anos se passam e chega o ano do Curinga novamente (são 52 cartas no baralho, 53 com o curinga).

Hans está velho, e conta a Albert o segredo da ilha. Lhe dá uma pequena quantia da bebida púrpura e morre, deixando a padaria na mão do soldado. E o mesmo acontece. Albert, 52 anos depois passa o segredo a Ludwig, o padeiro que dera os pãezinhos a Hans Thomas. Hans Thomas encontra sua mãe em Atenas, que em grego escreve-se Atina, que lido ao contrário, significa Anita, o nome de sua mãe.

Hans Thomas está quase terminando de ler o livro. Porém, o padeiro Hans havia se esquecido de algumas frases do jogo do Curinga. Na última página do livro, o padeiro que dera os pãezinhos a Hans Thomas recebe uma carta do Curinga, falando de todas as frases do jogo.

Hans Thomas decifra o enigma e descobre que o anão que lhe dera a lupa era na verdade o Curinga, pois ele não envelhecia, nem sangrava, nem se machucava. Descobriu também que o homem que lhe dera o pãozinho era seu avô paterno, que nem seu pai conhecia, nem o padeiro sabia que tinha um filho.

Hans Thomas não suporta guardar o segredo da ilha e fala a seus pais sobre o livrinho. Eles não acreditam. Hans Thomas vai ao carro pegar o livro para eles verem, porém o Curinga entra no carro (mesmo com as portas trancadas) e rouba o livro. Hans Thomas fala a seu pai sobre seu avô paterno, e mesmo sem acreditar, eles fazem um desvio para Dorf.

Ao chegar lá, eles encontram a avó paterna de Hans Thomas, que diz "ele faleceu pela manhã". Então Hans Thomas é tomado pelo desespero e eles voltam para sua casa na Noruega e o livro acaba basicamente com Hans Thomas filosofando, falando que passará o resto da sua vida procurando pelo Curinga, que nunca encontrou, e dizendo que se um dia você vir um homem de baixa estatura com um largo sorriso, com guizos por toda a roupa e dando cambalhotas em perfeito equilíbrio, não esqueça de perguntar a ele "Quem somos? De onde viemos?".
 Tá legal! Hoje me envergonho um pouco de um texto tão mal escrito, entretanto, me orgulho dessa paixão pela leitura. Em breve (quem sabe), posso fazer uma nova resenha desse livro maravilhoso, de forma mais tecnica e observadora, porém não menos apaixonada. E é impressão minha ou isso é mais um resumo do que uma resenha?

Nota do Elaphar: 9,5

Edição Lida:
GAARDER, Jostein. O Dia do Curinga. 25ª reimpressão. Trad: João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, 378p.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails