quarta-feira, 6 de outubro de 2010

2° dia - Livro que você mais odiou

De todas as escolhas, essa provavelmente é a mais difícil. Da mesma forma que há muitos livros geniais, há muito lixo que é publicado, seja em grandes editoras, quanto em edições do autor.

Os motivos para uma obra ser odiada podem ser vários:

1º Linguagem que não condiz com o leitor (erros grotescos para um leitor acadêmico ou rebuscamento para um leitor menos exigente). Isso faz com que uma obra possa ser amada por uns e odiada por outros (exemplo clássico é o de Machado de Assis e Paulo Coelho, pois quem gosta de um, dificilmente gosta do outro).

2º A história pouco interessante.

3º Péssima tradução, no caso de obras estrangeiras. E entre vários outros fatores.

Não vou escolher uma obra estrangeira, pois não tenho o hábito de ler as obras no original (afinal, existem traduções para me poupar o trabalho), mesmo quando tenho conhecimentos na língua de origem. Também não vou cutucar Paulo Coelho, Augusto Cury entre outros, pois não sou o público alvo desses autores. Portanto, minha escolha é:

Iracema - José de Alencar

Iracema é um clássico da literatura universal, eu sei, e é destinado a todos os acadêmicos, críticos e leitores exigentes (o que é o meu caso). Entretanto (sempre há um entretanto), a história do livro é um eterno cliché romântico. É verdade que o romantismo brasileiro não foi uma grande maravilha, pois foi uma cópia do francês, que por sua vez, copiou o alemão. Iracema é o ápice do declínio literário do romantismo brasileiro; pelo amor de Deus:

"Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu s orriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas."

O que era para ser poesia, em Iracema é uma tremendo enrola-enrola de péssimo gosto. Não gosto de falar desse livro. Acho que vou vomitar.

Espero falar de um livro melhor amanhã.

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